La ‘pacificación’ y la ‘paz territorial’ en Urabá como lógicas espaciales de la paz

Abstract

RESUMEN: Este artículo analiza la formación de dos lógicas espaciales de la paz, a partir de resultados de investigación en la región de Urabá (Colombia). Inicia revisando la formación histórica de una lógica espacial de la paz que asoció a Urabá con una región de frontera que debía ser sujeto de pacificación para dar paso a la materialización del orden hegemónico capitalista y de inclusión al territorio del Estado nación. Acto seguido, el artículo analiza algunos ordenamientos espaciales que subyacen en la lógica espacial de la ‘paz territorial’ que emergió con la perspectiva gubernamental de implementación del Acuerdo de Paz, y que se superpone a aquella lógica de la pacificación hegemónica. A partir de una estrategia metodológica que articula el estudio de caso y la etnografía multilocal, se concluye que la paz territorial tiene una versión estatal y normativa que no supera la lógica de la pacificación. Sin embargo, hay otra paz territorial que se configura como proyecto político antagónico y potencia las capacidades en los actores, pero que encuentra limitaciones ante la profundización de los desequilibrios socioespaciales derivados de la reconfiguración del conflicto armado, de la presencia fragmentada del Estado y de intervenciones económicas lícitas e ilícitas.

ABSTRACT: This article analyzes the formation of two spatial logics of peace, based on research results in the Urabá region (Colombia). It begins by reviewing the historical formation of a spatial logic of peace that associated Urabá with a border region that should be subject to pacification to give way to the materialization of the capitalist hegemonic order and inclusion in the territory of the nation state. The article then analyzes some spatial arrangements that underlie the spatial logic of ‘territorial peace’ that emerged with the governmental perspective of implementation of the Peace Agreement, and that overlaps that logic of hegemonic pacification. Based on a methodological strategy that articulates the case study and multilocal ethnography, it is concluded that territorial peace has a state and normative version that does not exceed the logic of pacification. However there is another territorial peace that is configured as an antagonistic political project and enhances the capacities of the actors, but that finds limitations in the face of the deepening of the socio-spatial imbalances derived from the reconfiguration of the armed conflict, the fragmented presence of the State and legal and illegal economic interventions.

RESUMO: Este artigo analisa a formação de duas lógicas espaciais de paz, a partir de resultados de pesquisas na região de Urabá (Colômbia). Inicia revisando a formação histórica de uma lógica espacial de paz que associava Urabá a uma região de fronteira que deveria ser pacificada para dar lugar à materialização da ordem hegemônica capitalista e à inserção no território do estado-nação. O artigo analisa, então, alguns arranjos espaciais que fundamentam a lógica espacial da ‘paz territorial’ que emergiu da perspectiva governamental de implementação do Acordo de Paz, e que se sobrepõe a essa lógica da pacificação hegemônica. Com base em uma estratégia metodológica que articula o estudo de caso e a etnografia multilocal, conclui-se que a paz territorial tem uma versão estatal e normativa que não ultrapassa a lógica da pacificação. Porém, há outra paz territorial que se configura como um projeto político antagônico e potencializa as capacidades dos atores, mas que encontra limitações diante do aprofundamento dos desequilíbrios socioespaciais derivados da reconfiguração do conflito armado, da presença fragmentada do Estado e das intervenções econômicas legais e ilegais.